quarta-feira, outubro 31, 2001

Diário de bordo

Well, aqui estou escrevendo minhas útlimas linhas do lado de cá do hemisfério(pelo menos esse ano).
Tô indo de tarde, mas com uma parada no Rio, aproveitar a oportunidade e ver a tal cidade maravilhosa. Já tô meio arrependido pq queria acabar logo com isso e ir direto, mas agora é tarde. Então, fico no Rio até sábado pela tarde quando finalmente embarco pra Houston enfrentar a imigração e uma eventual revista na alfândega em tempos de antraz. A via crucis termina em Boston lá pelo final da tarde(ou começa?). Vejo vcs do outro lado. See ya.

terça-feira, outubro 30, 2001

Sobre o (pouco) que eu sei

Eu sei que partir é difícil. Não é a primeira vez mas, ainda que venha a viver mais 1000 vezes, nunca será o suficiente para facilitar essa experiência.
Até um dia...

segunda-feira, outubro 29, 2001

"...A beleza dá a volta ao mundo e a chuva cai
Meu amor cabe nos versos de um hai-kai."
"
...
Quero coragem no meu pensamento
Entusiasmo no meu coração
O meu sexo em movimento
E ao meu redor uma revolução

O mundo vai se aproximar do fim
E quando a crise for de identidade
Eu vou amar o que nunca amei
Sentindo o gosto de velocidade

Quero firmesa no meu sentimento
Meu alimento é todo passional
Quero amar o que não compreendo
Ser tão divino quanto imoral

No meu futuro não se esconde o fim
Que decidi ser minha ilusão
Ao medo e a peste eu resisti
Sobrevivendo neste mundo cão

Qual é a ilusão que vai vingar
Depois que o sonho acabar "

quinta-feira, outubro 18, 2001

"Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
........................................
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas."

É, ainda que esse poema seja perfeito, não consigo pensar em nada mais "alegre".

quarta-feira, outubro 17, 2001

"Se o amor é vão é certo e sabido, mas então pq não? Pq sopra ao ouvido?
O sopro do coração. Se o amor é vão...Mera dor, mero gozo, sorvedor ou caprichoso:
o sopro do coração. Mas nisto o vento sopra doido e o que foi do corpo no turbilhão,
sopra doido e o que foi do corpo alado nas asas do turbilhão..."

Musiquinha muito legal essa...

segunda-feira, outubro 15, 2001

"Won't you die tonight for love?
...baby join me in death..."

Já que estou com os passos contados para o cadafalso, a verdade não fere mais como outrora. Abaixo as máscaras. Se corro o risco de errar, que seja por ação e não por omissão. Que assim seja.

quarta-feira, outubro 10, 2001

Pô... Fugir. Eis a solução. Se eu posso varrer a sujeira para baixo do tapete, por que eu tenho de encará-la? Ainda que ela incomode toda vez que eu topar. Mas tudo bem, olho pro outro lado e ela some. Sou um fraco? Não, não... à primeira vista talvez, mas desafio quem atirar a primeira pedra. O fardo da dor é lacerante. Como se um samurai invisível rasgasse minha alma ao meio, o pior de tudo é que não há sangramento e muito menos morte(pelo menos física), de tal forma que ainda que eu agonize por séculos, não terei a liberdade do fim e ainda verei os olhos do meu algoz pela eternidade.
Mas não resta dúvida: sou um covarde.

segunda-feira, outubro 08, 2001

Machado de Assis: maior escritor brasileiro de todos tempos. Dizem alguns que se ele tivesse nascido em um país de língua inglesa, e consequentemente maior alcance da obra, seria considerado um dos maiores do mundo. O livro que folheio agora(mesmo já tendo lido algumas vezes) "Memórias Póstumas de Brás Cubas" é uma obra-prima não resta dúvida. Machado foi "freudiano" antes da existência de Freud, qdo cita "o menino é o pai do homem" por exemplo.O que dizer de um livro que tem como fecho a seguinte frase: "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria"? Simplesmente perfeito.

quarta-feira, outubro 03, 2001

Mais cedo tava ouvindo "New Metal"(detesto esse rótulo, mas alterna-metal é pior). Disturbed, Linkin Park, Coal Chamber, Papa Roach, Deftones, Limp Bizkit, etc, etc...não entendo pq tanta gente "torce o nariz" pra essas bandas, pq sem dúvida alguma são boas...tem algumas exceções e excessos mas no geral...
Acho que entendo, talvez o problema seja muito simples: a maioria que faz criticas é o pessoal mais "crescido". É isso!! Vcs estão envelhecendo e não estão se dando conta. Sei que é difícil minha gente, mas aceitem...bom mesmo é o Iron Maidem né? Nada como o metal tradicional, essas bandinhas só agradam moleque...e por aí vai. Diagnóstico: envelhecimento. O que não significa amadurecimento. Não esqueçam que já fizeram o mesmo julgamento antes por vc gostar dessas "bandas que o cara grita e só fazem barulho". Ou seja, o tempo passa e vc segue o curso normal das coisas: "ainda somos os mesmo e vivemos como nossos pais".

Depois da calmaria vem a tempestade...e vice-versa. Depois de uma boa dose de metal, um pouco de Madredeus pra desacelerar, afinal tá chegando a hora de dormir. Meu preferido deles continua sendo "O Paraíso". Achei o Pedro Ayres Magalhães um pouco menos inspirado, mas esse último CD("Movimento") tá bem legal. O nome é bem apropriado, é o que sugere toda trajetória musical da banda desde o primeiro CD, estão bem melhores, ainda que todos os discos sejam bons.
Vai aqui um trecho de uma das minhas músicas preferidas do "O Paraíso", chamada "O Sonho":
"Quem contar um sonho que sonhou, não conta tudo o que encontrou, contar um sonho é proibido...E não havia mais nada, só nós, a luz, e mais nada. Ali morou o amor. Amor que trago em segredo, num sonho que não vou contar e cada dia é mais sentido. Amor, eu tenho amor bem escondido, num sonho que não sei contar e guardarei sempre comigo."
Vô dormir, quer dizer vou ler...mas antes não podia deixar de transcrever aqui a letra de "Que o Deus Venha"(que tô ouvindo agora), parceria do velho e bom Barão Vermelho(aqui frejat & cazuza) com um poema da Clarice Lispector. Não canso de ouvir essa música. Visceral, como todo blues deve ser...

Sou inquieto, áspero/E desesperançado/Embora
amor dentro de mim eu tenha/Só que eu não
sei usar amor/Às vezes arranha/Feito farpa

Se tanto amor dentro de mim/Eu tenho, mas no
entanto/Continuo inquieto/É que eu preciso
que o Deus venha/Antes que seja tarde demais

Corro perigo/Como toda pessoa que vive/E a
única coisa que me espera/É o inesperado

Mas eu sei/Que vou ter paz antes da morte/
Que vou experimentar um dia/O delicado da
vida/Vou aprender/Como se come e vive/O
gosto da comida
Mudei de idéia...(acontece mais com mais fequência que se possa imaginar). Não vou falar somente sobre música, posso extender pra Cinema, Literatura ou qualquer outra coisa. Falar sobre um só determinado assunto é coisa de gente limitada. Mas a verdade é que fiquei pensando qdo fui dormir "e qdo eu assistir um filme legal"?

terça-feira, outubro 02, 2001

Well, here i'm. Minhas primeiras linhas aqui serão para dar uma breve explicação. Não contarei detalhes da minha vida até pq acho que não deve interessar à ninguém(ou quase). Vou falar sobre música, assim, como quem comenta com um amigo sobre essa ou aquela banda. Pq sobre música? Pq é a melhor coisa que eu acho...quer dizer...tá, uma das melhores.

Ah! Só mais uma coisa: sou eclético. Até que me convençam do contrário, não conheço ninguém mais eclético que eu. Mas mesmo assim, não espere que eu goste de - como é o nome daquela porcaria mesmo - falamansa, axés, etc. ou qualquer outra coisa feita para uma finalidade que não MÚSICA, mas pra vender ou blá blá blá...deixa pra lá, já tô falando demais sobre quem não merece.
Voltando ao assunto, não se assustem se um dia comentar sobre Billie Holyday e depois perguntar por onde anda o Suicidal Tendencies ou comentar o disco novo do Deftones. Ou ainda tecer elogios ao Ladysmith Black Mambazo e logo depois pular pro Lords of Acid. É isto, recado dado.